Atualmente as pressões exercidas sobre as pessoas devido às demandas econômicas, tecnológicas sociais e políticas fazem com que nos qualifiquem para atender estas demandas e acompanhar as exigências do mercado. O sistema capitalista (interesse econômico) exige que a educação atenda o maior número possível de pessoas em um menor tempo possível e apresente uma proposta que atenda a política social dominante. Para atender estas exigências as pessoas e as organizações estão utilizando o Ensino a Distância (EAD) como alternativa, e estão encontrando vantagens e desvantagens. Diante do exposto, cabe nos perguntar: o EAD é uma realidade?
Dentre os diversos conceitos sobre o EAD, destacamos o proposto por Alves e Nova (2003), que define como uma das modalidades de ensino-aprendizagem, possibilitada pela mediação dos suportes tecnológicos digitais e de rede, seja esta inserida em sistemas de ensinos presenciais, mistos ou completamente realizada por meio da distância física.
O EAD surge a partir da invenção da imprensa por Gutenberg em 1453, no qual o homem começou a aprender diretamente dos textos e não diretamente do professor. O correio foi o modelo precursor nos Estados Unidos da América e na Europa, sendo que, no final do milênio passado é que surgiram os grandes sistemas de educação superior a distância na Europa, Canadá, EUA e Austrália.
No Brasil, temos como precursor a Escola Internacional (1904) com seus cursos por correspondência. Tivemos outros marcos importantes: a Fundação Rádio Monitor (1939), o Instituto Universal Brasileiro (1941), a Tele-educação (anos 60), o Projeto Minerva e Telecurso 2000, a criação da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) em 1995 e o reconhecimento do EAD como modalidade de educação pelo MEC (normalizada pela LDB em 1996 e 1998). O EAD no Brasil está regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o artigo 2º do Decreto Federal 2.494/98 destaca: ...
Os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de conclusão de ensino fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação profissional e de graduação serão oferecidos por instituições publicas ou privadas especificamente credenciadas para esse fim (...) Atualmente, as universidades corporativas surgem como umas das maiores patrocinadoras do EAD no Brasil e no mundo em função da necessidade do incremento qualitativo quantitativo da educação empresarial e garantia da educação continuada interna.
Dados recentes indicam que o Brasil já possui aproximadamente 100 universidades corporativas contra 2.000 americanas. No que se refere às universidades virtuais, somente a partir de 1996 é que as universidades brasileiras despertaram para esta modalidade de ensino, das quais podemos destacar: PUC–RS, UFSC, Unisul e FGV on line, que dispõem de todo aparato tecnológico, como internet, salas de videoconferências, teleconferências, vídeo aulas, CD-ROM, dentre outros, para que o processo ensino aprendizagem seja realizado de forma mais eficaz.
Buscando atender seu principal objetivo que é o de aumentar o acesso ao conhecimento diminuindo barreiras geográficas, flexibilizando o local e o horário das aulas e utilizando diferentes estratégias pedagógicas, atendendo a diferentes perfis e necessidade de desenvolvimento de competências, podemos o EAD apresenta as seguintes vantagens: atinge maior audiência; atende estudantes que não podem assistir aulas na escola; os estudantes podem ser instruídos por professores das melhores instituições de ensino; os custos iniciais, em muitos casos, competem vantajosamente com a educação tradicional; acesso facilitado à educação; favorece o aluno a possibilidade de escolher rotas de aprendizagem; e compartilhamento de recursos. Porém, este processo de ensino apresenta limitações que devem ser consideradas em sua implementação: a lacuna deixada pela ausência da interação face-a-face do educador com seus alunos e vice-versa, o reconhecimento dos cursos (como garantir um mínimo de qualidade a estes programas?) e a dificuldade em se lidar com a tecnologia (EAD é para todos?).
A onda de mudanças chega independente das vontades individuais, portanto, é necessário analisar criticamente todo o contexto e tirar vantagens destas novas tecnologias sem deixar de lado as suas limitações. O ensino à distância apresenta-se como uma alternativa para incrementar o déficit educacional brasileiro, porém é necessário que os atores, governo, instituições, educadores, alunos e professores cumpram bem o seu papel e que tenhamos uma tecnologia adequada para cada situação (público-alvo). Qualquer que seja a tecnologia e as ferramentas selecionadas como recursos de aprendizagem, é fundamental o planejamento e as estratégias de ação didática.
Quem sou eu
- professordanelon
- Sou economista pela Universidade de São Paulo, pós-graduado lato-sensu em Administração pela FGV (BI-Campinas) e MBA em Gestão de Pessoas pela Anhanguera Educacional. Atuo como professor do ensino superior há 6 anos e acumulo atualmente a função de coordenador pedagógico da Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara.
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Postei esse texto por concordar inteiramente com o autor. Tenho conhecimento que diversas empresas já utilizam a muito tempo da educação à distância como ferramenta de treinamento. Pude testemunhar a funcionalidade dessa prática quando trabalhei na Caixa Econômica Federal, que possui a Universidade Caixa, oferecendo aos seus funcionários muitos cursos à distância que contam pontos para a promoção interna - excelente ferramenta para o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores! Tenho a convicção que a adesão maciça às técnicas de educação à distância, tanto nas empresas quanto nas instituições de ensino, sejam públicas ou privadas, é apenas uma questão de tempo.
ResponderExcluirPercebo, ainda, pelas diversas leituras que fiz ao longo dessa primeira etapa de estudos, que existe um campo ainda muito grande a ser explorado no Brasil quanto ao uso da EAD. O fato de estarmos tão atrasados em termos de educação pode ampliar ainda mais essa necessidade. Temos muito a fazer, em aspectos quantitativos e qualitativos!
Com a informatização e as facilidades que a ela está proporcionando para nossas vidas, tornou-se comum as discussões a respeito de a educação a distância.
ResponderExcluirA educação a distância está dando um grande passo para a democratização do conhecimento, oferecendo e facilitando o acesso ao ensino.
Existem controvérsias sobre o surgimento da EaD, pois alguns pesquisadores relatam que seu início foi em 1881, pela Universidade de Chicago, através do curso de língua hebraica, e outros consideram seu surgimento em 1890, na Alemanha, ambos por correspondência.
No Brasil, a ead surgiu somente nos anos sessenta, as aulas eram transmitidas por rádio, com algum material impresso.
Tivemos os cursos supletivos, que tiveram grande aceitação da população que optou por essa formação.
A informatização aumentou significativamente
a formação acadêmica.
Em 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, o Brasil deu um grande salto na educação a distância, pois nesse período constituíram-se os primeiros cursos superiores, já regulamentados pelo Ministério da Educação.
O EAD tem crescido muito no Brasil, em razão das TICs e as facilidades que essa proporciona.
É importante que esses cursos contem com profissionais bem qualificados, além de boa estruturação de suas grades curriculares, bibliotecas, canais de comunicação, salas de aula virtual, a fim de atender os interesses do público, sanar suas dificuldades, dando condições de boa formação, com níveis de exigência que os faça cursar de forma séria e comprometida. Temos visto uma forte valorização dos cursos a distância no mercado de trabalho, pois as grandes empresas têm acreditado que o aluno que consegue se formar à distância tem muito mais compromisso, levando com mais seriedade seus estudos e o seu lado profissional.
Abraços.